Também denominado PROPOSTA PEDAGÓGICA, é a síntese dos princípios, diretrizes e prioridades estabelecidas pela equipe escolar a partir dos objetivos educacionais e da definição dos resultados a serem atingidos, sempre voltados para a melhoria da aprendizagem dos alunos e do desempenho da escola.
A proposta pedagógica deve ser elaborada a partir das informações obtidas junto à comunidade (variáveis exógenas, ou seja, exteriores à escola) e junto à própria escola (variáveis endógenas, ou seja, informações internas, a serem fornecidas por todos os que trabalham e convivem no ambiente escolar (alunos, professores, direção, pais e todos os funcionários).
Os objetivos e metas do PROJETO PEDAGÓGICO devem ser elaboradas a partir das necessidades, limitações, expectativas e potencialidades da comunidade, dos alunos, da equipe escolar, levando em conta os recursos pedagógicos e materiais existentes na escola.Deve conter, no mínimo, as seguintes informações:- as competências e habilidades que os alunos precisam desenvolver- os conceitos integradores e os conceitos significativos- os contextos significativos- as informações e conhecimentos anteriores que possuem, tanto os alunos quanto os professores- os materiais e procedimentos a serem utilizados- a organização do espaço e as relações na sala de aula- as relações interpessoais- a organização do tempo- os projetos a serem desenvolvidos.
No Ensino Fundamental, o PROJETO PEDAGÓGICO deve ter como objetivo a formação do cidadão, fornecendo ao aluno, ainda, subsídios necessários à sua melhor inclusão social. Para o Ensino Médio, além do reforço da consciência cidadã, deve-se preparar o aluno para as incertezas e a provisoriedade da vida social atual e especificamente a vida profissional, além de trabalharmos, junto a eles, a formação de atitudes para o trabalho.
Para o Ensino Médio, além do reforço da consciência cidadã, deve-se preparar o aluno para as incertezas e a provisoriedade da vida social atual e especificamente a vida profissional, além de trabalharmos, junto a eles, a formação de atitudes para o trabalho.
Qual a principal vantagem em se trabalhar por meio de projetos educacionais?Impossível pensar o processo de ensino-aprendizagem sem múltiplas interações. O ensino formal, em que o aluno não participa e não interage em seu processo de construção do conhecimento, é algo mais do que questionável atualmente. Dessa forma, podemos citar, dentre várias vantagens dos projetos, a mais importante, que é a troca da passividade do aluno pela interação. Os projetos, com certeza, parecem suprir essa necessidade de fazer com que o aluno rompa com sua passividade e interaja de diferentes maneiras em todas as etapas de sua execução.
A interdisciplinaridade ou a multidisciplinaridade é um requisito essencial de qualquer projeto?
Seria se todos os projetos fossem interdisciplinares. Na prática, um projeto pode iniciar com apenas um professor de uma única disciplina tratando de um determinado conteúdo programático. No decorrer do projeto, conforme interesses e necessidades, outros professores e outras disciplinas podem interagir com o projeto em questão e, dependendo da forma, a multi ou a interdisciplinaridade poderão acontecer espontaneamente.
De nada adianta a escola estabelecer como tema único para todas as séries e professores que o projeto desse bimestre será "Brasil 500 Anos" (ainda bem que já acabou esse modismo); um tema único de um projeto para toda escola não garantirá necessariamente a prática da interdisciplinaridade. Já presenciei inúmeros projetos que iniciaram em uma única disciplina e depois abrangeram outras, por necessidade e interesse de alunos e professores, assim como projetos de temas únicos em escolas que pretendiam praticar a interdisciplinaridade e, no final, cada professor trabalhou o tema de forma isolada.
Como encaixar o trabalho com projetos no cronograma apertado e no currículo rígido das escolas?
É difícil resolver essa questão, mas não impossível. Então, resta-nos questionar a forma de trabalho com esses conteúdos, bem como a real necessidade de alguns tópicos desses. De nada adianta ter um conteúdo programático "apertado" e o aluno aprender pouco de muito, ao passo que poderia aprender muito de pouco. Questiono particularmente não os conteúdos, mas, sim, a forma como são tratados. Tomando como referência os PCNs, verificamos que os conteúdos devem ser trabalhados de forma conceitual, procedimental e atitudinal. Na prática, o professor domina bem a forma de ministrar seus conteúdos conceitualmente. Mas como está trabalhando estes de forma procedimental e atitudinal? Uma boa saída para esses casos são os projetos, já que, ao projetar, os alunos demonstram atitudes e, ao executá-lo, trabalham com procedimentos
Como avaliar um projeto?
Existe a avaliação do projeto e das aquisições de conteúdos. Ao término da apresentação do projeto, considero como etapa final a avaliação, que na prática é uma sessão, mediada pelo professor, em que cada aluno faz sua auto-avaliação e autocrítica e, posteriormente, avalia e critica (com sugestões) os demais projetos. Como ferramenta de avaliação, podemos utilizar um "processofólio", que é uma pasta em que cada aluno registra todas as ações, descobertas, planejamentos, atividades, rascunhos, interesses, etc. Esse instrumento acaba sendo um registro passo a passo de todo o processo do projeto em questão, bem como o registro da evolução que ocorreu durante a seqüência de realização dos diferentes projetos.
Muitos professores já fazem projetos sem saberem que o estão fazendo, outros o fazem apenas no papel (muitas vezes são obrigados a fazer). Qual a mudança necessária na formação de professores para que a pedagogia de projetos realmente faça parte da rotina de nossas escolas?
Para se praticar a dinâmica de trabalho com projetos, é necessário previamente estudar, ler e entender essa proposta de atuação em sala de aula. Acho que a falta de entendimento e compreensão está levando alguns professores à pratica de um modismo.
Alguns professores estão praticando a dinâmica de projetos em sala de aula de forma equivocada, solicitando a seus alunos atividades planejadas por eles ou pela coordenação pedagógica da escola. Alguns esquecem que projetar é sonhar e que ninguém pode realizar o sonho do outro. Se for para sonhar na escola, que seja, então, um sonho coletivo da coordenação, dos professores e também dos alunos, pois, se não for dessa forma, os alunos estarão apenas realizando atividades que alguém propôs. Nesse caso, não estaremos trabalhando com projetos, estaremos apenas utilizando modelos e brincando de projetar.
(*) Fonte: Profº Nilbo Nogueira.
sábado, 29 de março de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário